Cotidiano Serelepe

Surpresas e sustinhos da minha vidinha sem-sal

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Karaoke da japinha

Ainda sobre as cores da inocência, minha amigrávida Mariana me apresentou esse vídeo ontem. A menininha é apaixonante! Tenho gravado no comp, mas não sei passar pra cá de forma mais rápida, eficaz e tal, portanto quem quiser ficar com cara de bobo dizendo: "Aaaaiiii, que linda!" do mesmo jeito que eu fiquei, clica aí!
Ah, meu Natal passou bem. Depois de 3 meses de ensaio, apresentamos 'Jesus Sertanejo' ontem e todo mundo gostou de tudo, apesar das nossas fantasias horríveis! Eu estava colorida e ativa por fora, mas cinza e séria por dentro. Meu Deus, será que vai ser assim todo fim de ano daqui pra frente?!

sexta-feira, dezembro 22, 2006

"A Inocência é Colorida" ou "Cara, eu odeio mentira!"

Então que terça, quando voltei do Hospital, o telefone tocou e me chamaram pra ir ao show de ZecaCuryDamm, uma banda massa que tocou lá no EBEL. Convenci minha mãe de que eu passo muitos dias jogada às traças e que o fato de meu telefone ter tocado merecia ser comemorado, pois significa que mais pessoas lembram de que eu existo! Beleza, eu fui e, como estava muuuuito caro e todos os presentes estão totalmente lenhados, ficamos do lado de fora ouvindo até passar a música mais hilária e se decidir outro lugar pra ir. Em suma, a noite não foi essas maravilhas não, mas eu não queria voltar pra casa tão rápido e deu pra confirmar umas teorias. São elas:
* Quando a gente confia em alguém, toda lembrança que temos dessa pessoa é colorida e brilhante. Todas as situações e palavras parecem receber uma espécie de aura luminosa, sei lá! O que eu sei é que a gente se sente bem pacas quando confia em alguém. Parece que o mundo ainda tem salvação!
* Não estou dizendo que a tal criatura iluminada seja perfeita porque eu, realmente, não acredito em perfeição. Só não acho que o defeito tem que, justamente, ser a mentira. Será possível?! Tanto defeito contornável por aí, dando sopa, e a pessoa tem que mentir?!
* Qualquer relacionamente é feito primeiro com confiança, que é inversamente proporcional à mentira (odeio matemática, mas até que sei o que isso significa, hehe!). Quanto mais se mente, mais complicado fica de recuperar o relacionamento e mais rápido você me vê dizendo ''Bye, byyye. Baby, bye, byyye!'' da sua vida. Mesmo que eu ainda fique por ali, de bobeira, não vou mais abrir os dentes pra você não e isso é um fato!

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Vamos pisar em ovos!

Obs: O perdiapaciencia saiu do ar por causa de um texto como este e dos comentários que gerou.
Devia ter contado como foi a minha estréia no Barroco domingo passado... Devia ter sido um dia especial e todo bom, alegre e tal, mas não foi e, talvez por isso, eu não o quisesse reviver aqui. Levei um bom tempo escrevendo minhas pitangas choradas aqui e não gostaria mais de fazer assim... Queria muito ter 'coisas bonitas pra contar', mas...até lá vamos à estréia de domingo.
Levantantei mais cedo do que o necessário, o que por si já não é bom, mas fiquei quieta na cama até meu despertador tocar de verdade. Minha mãe não estava com a melhor das fisionomias e nem um pouco animada, pois o fato de eu cantar numa Igreja Católica nunca a agradou. Brigamos ainda cedo, depois discutimos pelos motivos para não usar, desde casa, a roupa do Coro. Pra mim era quente demais e ela a camisa fazia propaganda de onde eu estava indo, um péssimo testemunho. Já na rua, discutimos pelo sapato dela apertado no meu pé, pelo busu que nos levaria e, claro, pela evidente falta de apoio.Debaixo de um calor infernal e com todo incômodo e ansiedade entalados na garganta, encontrei minha tia na Igreja. Tudo o que minha mãe pensou, ela pensou ao contrário. Mesmo sem nunca ter estado diante de uma orquestra, sem nunca ter ouvido falar em Bach e não sacar nada de alemão, minha tia ficou felissíssima por saber que cantar no Barroco era como realizar um sonho pra mim.
Na verdade, o sonho é solar Aida, de Verdi, e mais tarde Carmen, de Bizet (mesmo não tendo o perfil) mas, estando no coro, as possibilidades de eu poder fazer isso daqui a alguns anos aumentam consideravelmente. A apresentação foi legalzinha, apesar de termos errado a música do meio e de eu ter chorado assim que abri a boca na primeira música. Saí de lá cansada, com muita fome e um sono que eu não sabia de onde estava vindo. Tudo o que eu queria era dormir, fazer de conta que estava anestesiada e que não podia sentir dor nenhuma. Ao longo da semana temos cantado em outros lugares. Terça fomos pra um hospital e foi bem interessante. As pessoas não precisam de muito pra ficarem mais alegrinhas, basta um pouco de atenção. Sexta vamos pra a inauguração do museu do Forte São Marcelo. Creio que seremos alguns dos primeiros civis, assim reles, que pisarão no Forte, visto que o lugar sempre esteve fechado para o público.
É isso, estreei, mas não senti gosto de nada ainda, essa é a verdade.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Esquisitices

Acabei de saber de uma coisa que não tá me fazendo bem. Se fosse dia claro, mudava de roupa e saia pra andar. Andar faz bem pra arrumar as idéias, ajuda a engolir as notícias-bomba. Ajuda a perceber que Deus gosta da gente porque o vento faz carinho no rosto e enxuga uma ou outra lágrima. Andar faz bem e falar sozinho durante a caminhada também. Embora eu esteja concluindo que quem fala sozinho é, na verdade, muito só; acho que falar sozinho exorciza os fantasmas de dentro da gente. Antes só que mal acompanhado, sacomé? Pois.
Se fosse dia claro, sairia de casa andando e falando sozinha até começar a cantar e voltar pra casa.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Estive pensando...

Minha mãe, geralmente, tem medo quando eu começo uma frase com 'Estive pensando...' Ela sempre completa: 'Senta, que lá vem a história!'...
Bom, vez em quando, eu assisto a Desperate Housewives e o episódio de ontem foi sobre mentiras cotidianas. A personagem da Teri Hatcher (que eu não sei o nome, então chamo de Lois Lane) tem um rolo, quase namoro, com o vizinho misterioso-bonitão. Só que os mistérios dele envolvem homicídios e tráfico de entorpecentes e ela não sabia. Chamada para depor na delegacia, em uma daquelas salas com espelho falso, Lois fica absolutamente chocada quando o policial lhe apresenta a ficha do quase-namorado-misterioso-bonitão mais suja que um viveiro de papagaios. Do outro lado da sala, um outro policial analisa suas expressões e questionado se ela estaria só fingindo surpresa ele responde: 'Não, ela é só uma idiota.'
Foi aí que eu comecei a pensar... Sou uma idiota também? Eu acredito em tanta coisa, em tantas pessoas... mainha é altamente desconfiada de tudo e todos, mas eu não. Pra mim, todo mundo é legal, até fazer uma m*rd* e, ainda assim, eu dou um jeito de pensar que foi só deslize de um ser humano normal, imperfeito, igual a mim. Eu sempre disse que não tenho muita paciência, mas sou bem compreensiva. Será que eu sou um completa idiota?
Lilica não gosta muito quando eu apareço com essas crises. Eu derramo uma série de perguntas sem resposta doce em cima dela e ela só faz ''Ihhhh Elisa! Pelo amor de Deus, pare com isso!" Daí, eu fico sem saber as respostas são aquelas que me dão medo, ou se tudo isso não passa mesmo de bobagem.
Como diria Kritz: enfim, divago...

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Eu acredito num mundo melhor

e nem sei o quanto custa! Jujux costumava falar assim sobre a inocência das pessoas. Eu estou lendo 'Grande Sertão: Veredas', do Guimarães Rosa e ele é todo sobre a inocência das pessoas e a simplicidade de seus sentimentos. Riobaldo é um jagunço que eu ainda não sei se finge ter medo ou coragem. O fato é que ele é eficiente, mas não quer chefiar ninguém. Outro fato é que ele é 'pegado de amizade forte' com Diadorim, a quem ele admira a firmeza e serenidade de tudo o que faz. Passa o tempo todo carregando o maior sentimento do mundo, sem poder declará-lo e culpando, sem culpa, a si mesmo. Eles dois, num grupo de jagunços, campeiam as veredas do Sertão a fim de fazer justiça pelas mortes de seus líderes e companheiros e, no caminho, vão observando a natureza das coisas, das pessoas e deles mesmos.
Pra quem lê, é uma delícia fazer isso em voz alta e descobrir a música das palavras do Rosa. Tantos termos regionais que até quem não tem sotaque, passa a ter. E tanta simplicidade... 'Grande Sertão: Veredas' é um livro que trata de gente e amor em pureza d'alma. As questões e soluções são tão óbvias que assustam e a gente percebe que a vida nossa também é assim: traiçoeiramente fácil e simples. É tanta 'bem querência' nos olhos de Riobaldo que é como se estivéssemos sentados ao pé dele, ouvindo suas histórias.Por isso é tão fácil se identificar, se transportar para perto das personagens e concordar com ele, num aceno de cabeça, "Viver é muito perigoso" e é mesmo!