Cotidiano Serelepe

Surpresas e sustinhos da minha vidinha sem-sal

terça-feira, agosto 28, 2007

Vidas Opostas

O título não tem nada a ver com a ótima novela da Record que terminou ontem, mas com as loucuras da minha cabeça. Gente, por que isso está acontecendo de novo? Por que minhas emoções são repentinamente invadidas por lembranças tão antigas? Lembranças que deveriam cheirar a mofo, mas têm o cheiro de shampoo de pêssego, de perfume Ferrari. A realidade é silenciosa, mas minhas lembranças batucam. Ela é escura, mas minhas lembranças têm o Sol do melhor verão da minha vida, em 2000. Tenho onze anos de lembranças de todos os gostos: da única lasagna que fiz na vida, dos melhores beijos, dos restos do meu prato que ele sempre comia, de suco de umbu, de lágrimas de reencontros, despedidas e muita, muita saudade. Saudade da doçura essencial, do abraço, dos pelinhos dos braços, da força nas grandes mãos, do pragmatismo, da lucidez, do sorriso.
Apesar de uma realidade geograficamente cruel, minhas lembranças estão em todos os lugares. São como pontos turísticos e, mesmo que eu não queira vê-las, estão aqui nessa cidade histórica que eu sou. Apresentam-se sempre porque a Lua está sempre no céu, em todos os céus, de todos os lugares. É Lua cheia, seja em Salvador ou em Manaus.
"Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu?
...
Peço tanto a Deus para lhe esquecer
Mas, só de pedir, me lembro."
Amado- Vanessa da Mata

terça-feira, agosto 21, 2007

Ju, a minha Pedra Falante

O Novo Testamento conta a história das dificuldades dos primeiros cristãos depois que Jesus ressuscitou, voltou pro céu e deixou a missão aos doze. Essa missão era de pregar o Evangelho a todas as pessoas, não importando sob que penas. Ele havia deixado claro que não ia ser fácil e que haveria perseguições, mas que a mensagem deveria ser passada e, se os cristãos não o fizessem, até as pedras clamariam, ou seja, lhes dariam puxões de orelhas!
Essa introdução breve é para dizer que eu tenho ouvido coisas do tipo "Oh Lisa, volte pra Igreja. Volte e me leve, porque eu nunca fui, mas sinto que preciso."

Deus e seu senso de humor tão peculiar!... Não preciso dizer que minha mãe e Mariana estão super felizes com isso né?

domingo, agosto 19, 2007

Só um comentário. Beeem grande.

É raro acontecer porque passa tarde demais, só que eu gosto de assistir Altas Horas. Ontem eu fiz um esforço porque Sandy e Júnior, a dupla que não é mais, estaria lá e eu gosto deles. Ela é enjoadinha e, particularmente, preferia a voz dos tempos de 'Vivo per Lei', quando ela só sabia técnica de respiração e não ficava forçando a extensão vocal, mas ele é excelente músico e ambos são competentes e primam pela qualidade.
Bom, ontem, um dos temas do programa foi o uso do 'internetês' e os famosos presentes tinham que tecer seus comentários contra ou favor do uso desse troço. Antes, porém , passaram um VT com opiniões de gente gabaritada, entre eles Sírio Possenti, um linguísta de destaque no meio e um Prof Dr da USP que eu esqueci o nome agora. Respectivamente um a favor, outro contra. Os famosos se manifestaram e eu fiquei esperando a estudante do 2º ano de Letras, Sandy, expressar-se.
Lastimável. Se tem uma palavra pra definir, é essa! Começou chamando os Prof de 'caras' e seguiu defendendo o internetês como necessidade de expressão dos jovens por uma exigência da velocidade da comunicação, mas o pior mesmo foi ouví-la dizer que 'o Português é uma língua velha'. Que raiva deu daquela menina, meupai! Ela nunca vai pra sala de aula corrigir uma redação, ela nunca vai fazer entrevista escrita para um emprego de operadora de tele-marketing e, definitivamente, ela é péssima em oratória! Mas o que irrita mesmo é o arzinho de 'modernidade' hipócrita. Afinal, foi essa língua velha quem lhe disse que a tranquilidade era uma quimera quando ela escreveu 'As Quatro Estações'. Ou não foi?
Ninguém perguntou, mas minha opinião é a seguinte: o internetês não pode ser considerado uma evolução do português porque não é usado por toda a população, em todos os âmbitos sociais, em todas as situações. Não vamos deixar de usar o português para usar o internetês. Ele é uma modalidade da modalidade escrita da língua e está para a escrita como as gírias estão para a modalidade oral. Ou seja, não é proibido, mas é preciso usar com cautela para que não se cometam gafes e é aí onde está o problema. Há quem tenha o dom da oratória e quem não o possua, mas salvo os mudos, todos falamos. Boa parte dos jovenzinhos, entretanto, não costuma ler, então escrever não é o forte da maioria. O medo dos gramáticos é que a escrita fique mais empobrecida pelo uso exacerbado do internetês, mas isso dependerá da informação que chegará aos usuários, se preconceituosa ou não. Mas é só minha opinião.
Obs: O texto aí embaixo está horrível, eu sei, mas relevem, certo? Eu não tava legal... E, só pra controle, o resto da semana foi tão ruim quanto o início, com a diferença de que eu me forcei sair de casa algumas vezes e a sorrir amarelo outras tantas. Espero que tudo passe.

terça-feira, agosto 14, 2007

Raaaaios e trovões!

Parece que a semana não é das melhores, mas a coisa toda começou na sexta, quando fantasmas de um passado recente, porém absolutamente resolvido, resolveu infernizar a minha vida! Explico: no dia da minha formatura, uma amiga minha resolveu soltar a pérola "Não precisa, porque Elisa é calma, mas já que você quer ter ciúmes de alguém, tenha de Leo. Aquele ali não vale um real"! Desde então, vira e mexe, o assunto vem à baila e a parca paciência que Deus me deu é exaustivamente exercitada. No dia seguinte foi a comemoração do níver de Freddy, encontrar com Leonardo era uma possibilidade a ser considerada e este foi o pivor de uma discussão relativamente grande. Até cogitei não ir para evitar constrangimentos, mas no fim das contas ele nem tava lá.
Domingo. Dia dos Pais e a apreensão de sempre foi catalizada pela vontade de Júnior de conhecer meu pai. Eu NUNCA levei nenhum namorado pra ele ver, havia um trato entre nós: só levaria quando fosse uma 'coisa certa', ou seja, quando não tivesse mais remédio e eu estivesse prestes a sair de casa pra formar minha família. Só que a insistência foi tanta... Foi estranho pra mim, foi engraçado pra minhas irmãs, foi emocionante pra meu pai e eu não sei o que foi pra Júnior, mas a carinha dele tava igual ao do início da ópera. O problema foi que demoramos além do planejado e chegamos atrasados ao almoço do pai dele. Por tabela, ouvi coisas amargas, porém verdadeiras como "não troque os seus pelos dos outros." Fui pro banheiro chorar, enquanto Jú tentava se justificar com o pai.
Meu fim de semana foi de fio desencapado, mas nada se comparou com com a segunda ou hoje. Simplesmente não fui trabalhar. Me bateu uma tristeza tão, mas tão grande que passei o dia inteirinho na cama. Pior: não há motivo nenhum, nenhum mesmo, pra eu me sentir assim. Eu acabei de me formar, estou trabalhando na área,tenho pessoas que me amam e vêem utilidade na minha amizade, consegui até um namorado ciumento... Nada vai mal, só eu, que pareço não pertencer a lugar nenhum. Minha mãe chegou da escola, me viu em casa e pirou, lógico. Pirou mais ainda porque eu não soube responder porquê estava em casa quando devia estar na sala de aula da 2ª série àquela hora. Vou dizer o quê? Tô triste?! Acordei sem querer ter acordado?! Preferia nem ter nascido pra não sentir o que estou sentindo hoje?! Fale sério!

terça-feira, agosto 07, 2007

Adaptações

Sábado foi a festa de formatura dele e o nervosismo tomou conta de quem nunca havia promovido uma festa na vida. Juro que não quis me meter, mas não teve jeito! 'Cadê o segurança?' Lá fora, pegando os convites. 'Cadê a dona do buffet?' Foi tomar banho, mas o fotógrafo já chegou. 'Que fotógrafo?' Ânimos acalmados, fui conhecer os amigos de quem tanto já ouvira falar. Início de relacionamento é uma coisa engraçada. É mais ainda quando as pessoas em redor ficam ultra felizes por vocês estarem juntos. Elas falam coisas interessantes como 'nem parece que começou outro dia'. Já ouvi isso uma outra vez, na segunda vez que namorei com Leo. Uma amiga da mãe dele disse que parecíamos estar juntos havia anos. Essa frase, na verdade me deixa apreensiva, mas não é sobre isso que quero falar.
É sobre a vontade louca que se tem de ver a pessoa de cara boa, o tempo todo. Sobre a curiosidade pelos gostos, os desgostos, os afetos e desafetos. Olhos, gestos, suspiros, ruídos, tudo faz parte de um universo todo novo, que por mais novo, sempre é comparado com tudo do velho que já se viu. E não me diga que não é bom comparar porque eu discordo com veemência. Comparando eu vejo que o que tenho é infinitamente melhor. Não tenho borboletas dentro de mim, mas elas me seguem. Não tenho uma escola de samba sincopada, mas o ritmo compassado e confortante do coração do meu querido está a um piscar d'olhos de distância.
Domingo foi aniversário de 1 mês da afilhada ( que se sente bem confortável no meu colo, mas que ele tem medo de carregar) e fomos ver Patty, que nos deu um sustinho e foi pro hospital. Ontem foi o último dia de apresentação da ópera ''Tosca'', de Puccinni, no TCA, com o Coro Barroco, do qual eu fiz parte. Nós fomos, mesmo sem entender uma palavra de italiano e foi lindo, lindo. Primeira vez dele que, no início, estava meio deslocadinho; e acho que me sentiria do mesmo jeito num reagay; mas ele acabou interagindo e gostando no fim das contas. Mesmo. De um jeito que eu peço a Deus que não invente perpércias nessa parte do meu cotidiano, mas nos mantenha felizes e em paz, como estamos, e que as borboletas voadoras nos protejam.