"There's no place like home"
Foi isso o que a Samantha falou em "Sex and the City - O Filme" e eu fiquei pensando em todas as verdades que essa declaração comporta. Foi maravilhoso ver as luzes da minha cidade, sentir o cheiro do mar, o vento, o calorzinho, ouvir o meu sotaque naturalmente reverberado em outras vozes. E minha mãe, a pessoa que eu mais amo no mundo todo. A pessoa que eu pensei que nunca nunca mais decepcionaria, com quem eu nunca mais teria uma discussão que fosse. Mas, como ela disse, eu não mudei nada nesses cinco meses, então nós continuamos divergindo, mesmo quando eu sei que ela está certa.
Voltei pra casa e os olhares de expectativa parecem mais ávidos do que eu esperava que estivessem. Recebi o carinho dos amigos, da família e até de vizinhos que nunca falaram comigo. Para todos eu sorrio. Para todos eu preciso sorrir, afinal, voltei para casa, mas a vontade de só sentar e chorar continua dentro de mim como se fosse um estado permanente. Não adianta falar, não adianta escrever, não há porque compartilhar uma dor se isso não a fará diminuir.
Essa semana ouvi, de novo, que eu não sou uma ilha, que eu me cobro demais e que eu devia deixar as pessoas demonstrarem sua boa vontade para comigo e confiar nelas. Ok, Ok, eu concordo - devia mesmo- mas será que é muito, muito difícil de entender que eu não consigo achar legal importunar as pessoas com problemas insolúveis?! Meu problema - aliás, um dos meus muitos problemas - é acreditar que se eu me meto num problema, é minha responsabilidade sair dele.
Há certas atitudes que não podem ser revistas, não saram com um mero pedido de desculpas. Agora responda você: o que faria se um deslize seu acarretasse problemas insolúveis para uma série de pessoas que você ama e fizesse escurecer os olhos do seu grande amor? Hein, hein?