Cotidiano Serelepe

Surpresas e sustinhos da minha vidinha sem-sal

terça-feira, abril 01, 2008

Nostalgia do bem ou Yeeeees, eu sou tradicional!

Domingo à noite fomos à IMB, uma igreja tradicional até todos os fios da cabeça careca do Pastor, e eu a-do-rei. Fui, em muitos momentos reportada ao meu passado feliz lá na PIBB. A Igreja querida da minha infância e adolescência onde o culto tinha hora pra começar e acabar, onde o coral era coral e era lindo e enoooorme, onde o órgão funcionava e, junto com o lindo piano de calda, eram os únicos instrumentos tocados no santuário. Tudo bem que isso era radicalismo demais e a revolução musical foi algo maravilhoso, mas era boa aquela época.
Antes do culto teve a apresentação de uma peça de Bach com coro e orquestra de instrumentos originais, tinha até um cravo* Foi lindo e eu pensei no Coro Barroco, que minha mãe insistia em dizer que só cantaria em Igreja Católica e que eu acabei usando a faculdade como desculpa para largar. O culto foi movido à música, tudo bem calminho, criando uma atmosfera propícia para o enlevo da alma e abertura da mente para o entendimento da mensagem. Das mensagens, eu diria, porque o coral cantou duas vezes, os hinos congregacionais tinham letras lindas e mesmo os avisos transmitiam o amor ao próximo que aqueles irmãos cultivam. Acredito que ninguém saiu de lá com dor de cabeça.
Uma das coisas que mais me chamou àtenção foi o momento da oração intercessória. Logo depois dos avisos, foram chamadas à frente aquelas pessoas que gostariam que os irmãos orassem especificamente por seus problemas e, no fim do culto, até o Pastor pediu oração por uma questão pessoal, o que não é muito comum em igrejas tradicionais. Ah, sim! Existe, entre os crentes mais chatos, uma diferenciação besta entre as igrejas 'avivadas' (ou pentecostais) e as 'tradicionais'. A grosso modo(porque a coisa vai muuuuito além disso) , chama-se de 'avivada' uma igreja que crê que o ES se manifesta de forma mais entusiasta, movendo os filhos de Deus esfuziantemente; e de 'tradicional' a que crê que o ES é uma presença marcante, porém discreta nas vidas das pessoas. Minha mãe diz que eu sou tradicional e que tenho os dois pés fincados na religiosidade (condenada pelos avidados do avivamento mais recente) só porque eu gosto de liturgia, ordem, beleza plástica e de raciocinar enquanto cultuo. Ela, provavelmente, assim que ler este texto, vai orar para 'Deus me libertar dessas amarras'!
Raciocinem comigo: pra quase tudo na vida eu organizo as coisas em início, meio e fim. Eu sou metódica e até arrumo os pratos na pia antes de começar a lavá-los. Como é que eu conseguiria cultuar feliz, de coração, se a igreja não seguisse uma ordem? hein, hein?! Que eu saiba, a rixa entre 'tradis' e 'pentecas' já dura quase 30 anos, e eu creio que, cada um do seu jeito, todo mundo ama a Deus e quer dar-Lhe o seu melhor. Só acho que Ele é muito paciente, fosse eu já tinha mandado parar com essa palhaçada!


*uma espécie de trisavô do piano. instrumento no qual os gênios compunham suas obras.

2 Comments:

Blogger Dani Teti said...

poxa, bonito seu post! adoro coisas nostálgicas assim ;)

11:03 PM  
Blogger Thiago Augusto" said...

E o pior de tudo é a hora do ofertório... não me sinto bem com isso, quebra o cuLto. :|

1:27 PM  

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