Cotidiano Serelepe

Surpresas e sustinhos da minha vidinha sem-sal

domingo, maio 14, 2006

Necessidades

Arms of a Woman
Amos Lee
I am at ease in the arms of a woman
Although now most of my days are spent alone
A thousand miles from the place I was born
But when she wakes me she takes me back home
Now most days I spend like a child
Who’s afraid of ghosts in the night
I know there ain’t nothing out there
I’m still afraid to turn on the light
Pode ser que o cara tenha feito isso com outra intenção, mas eu só consigo ver uma mãe com seu bebê quando ouço esta música! E há dias em que nos sentimos meio precisados de colo, dias nos quais a gente gostaria de ser o Burro e 'fingir que é outra pessoa'. Os pensamentos cor-de-nada parecem influenciar o clima e a gente só precisa do Abraço de Parar o Mundo. Eu falo sobre ele há anos, mas nunca disse o que significa pra mim.
O APM (pra facilitar, né Pessoas?!) é aquele abraço solidário, dado com sinceridade, que diz 'Se vc quiser, eu subo o Everest com vc!' É quando os braços se transformam numa manta, quentinha e aconchegante, e o abraçado se sente seguro. Nada de chacoalhar o abraçado de um lado parar o outro como ele fosse uma árvore e o fruto-resposta-para-tudo fosse cair do alto! E nada de ficar falando abobrinha, nem antes nem depois, porque no APM é hora de ouvir. Dá pra ouvir os corações cantando, e quanto mais acelerado o ritmo, a depender da situação, mais triste é a música.
Tá cada dia mais difícil achar um bom APM. Até hoje eu só conheci duas pessoas capazes dele e nenhuma das duas criaturas estão mais por perto. Um nem lembra mais que eu existo e o outro está caminhando para isso. Está apenas distante. Tsc! :/ Mãe não sabe dar APM porque não se contenta com abraço, quer carregar a gente e resolver tudo por nós. Aí não dá certo! APM é pra repor a bateria, é pra me fazer ficar leve e voar outra vez, é meu RedBull!

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Só vc mesma, Maria! Conseguiu resumir exatamente o que eu preciso agora: um APM.
Gosto muitão de ocê!

5:53 PM  
Anonymous Anônimo said...

Engraçado como o mundo do distante é paralelo a si mesmo. Pílulas vermelhas e azuis não co-existem e cada uma leva seu mundo para duas verdades reais. Bem, sou eu, e não consigo fingir ser outra pessoa! Sou capaz de mim mesmo, de manter-me instável feito bolha de sabão. Esmaecer entre ecos em vales e picos de árvores. Subir aos céus, inocente ao vento, que abraça o mundo e pára a solidão...

9:46 PM  

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